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sexta-feira, 20 de março de 2020

Machado de Assis: O espelho


Frete grátis!
Neste livro você encontrará o conto integral de Machado de Assis ("O espelho - Esboço de uma nova teoria da alma humana"); uma Apresentação explicando como foi feita a Adaptação para HQ; uma análise da obra de Machado de Assis ("Machado de Assis ao espelho"); e uma Bibliografia (que informa o leitor sobre as fontes de pesquisa e o orienta a buscar sempre fontes confiáveis). 

O volume tem 64 páginas, a capa é em papel cartão, as letras são em tamanho bastante confortável para a leitura e a parte em HQ é toda em preto e branco, criando um clima de mistério, suspense e meeeeedoooooo!

Espelhos seduzem, atraem, instigam, mas uma coisa é certa: mentem, pois jamais eles nos devolvem nossa imagem verdadeiramente definitiva (ou ela está invertida, ou o distorcida).

Isso ocorre em parte pela natureza enganadora dos espelhos, em parte por não sermos definitivos (mudamos o tempo todo). Quem disser que está totalme
Narciso (1594-1596). Caravaggio.
nte satisfeito com sua imagem refletida no espelho não terá motivo para olhar-se neles nuca mais na vida. Alguém acredita nessa hipótese?

Há uma mística que envolve o espelho ao longo do tempo. Narciso não sabia o quanto era lindo e feliz até olhar-se no espelho das águas. Quando o fez, ficou encantado por sua própria imagem refletida nas águas cristalinas, atirou-se atirou-se nelas para abraçá-la e... morreu afogado.

O mito grego de Narciso, enganado pelo espelho, atravessa os séculos e foi incorporado à cultura humana por diversos campos. No campo científico, por exemplo, "complexo de Narciso" ou "narcisismo" é um transtorno da personalidade diagnosticado pela Psicologia e pela Psicanálise. No campo das artes, todas o trataram, das mais antigas ou clássicas, como o teatro e a literatura, às mais contemporâneas, como o cinema e a televisão.

Em Branca de Neve, a Madrasta malvada, ciumenta e maliciosa pergunta a seu espelho mágico quem é a mulher mais linda do mundo, e este a deixa transtornada quando revela que não é ela, mas uma linda, inocente e bondosa jovem chamada Branca de Neve. Branca de Neve é um conto de fadas dos Irmãos Grimm, que também já foi adaptado para todas as formas artísticas: teatro, dança, história em quadrinhos, pintura, cinema e animação - a mais famosa, a dos estúdios Disney, que se tornou um verdadeiro clássico do cinema de todos os tempos.


O conto "O espelho", de Machado de Assis, curtinho, de seis páginas apenas, faz parte dessa tradição universal em torno do tema "espelho". (clique aqui e leia-o integralmente). Mas não é porque tem só seis páginas que é um conto pequeno: é um grande conto, um clássico de nossa literatura, por causa da qualidade do texto e das reflexões que instiga no leitor.

Clique e assista ao clássico Branca de Neve e os Sete Anões (Disney, 1937/38).

Quem sou eu? O que vejo e acho de mim é verdade ou fantasia? Quem somos nós? Os outros são o que são, e ponto final, ou o que eu vejo ou acho deles é uma distorção da minha visão de mundo e dos meus sentimentos? Quem são os outros? Como os outros nos veem? O que os outros querem que sejamos ou acham de nós interfere no que somos? A nossa aparência e a nossa alma se correspondem ou uma pode entrar em guerra com a outra?

Em "O espelho", Machado de Assis, coloca um jovem diante de todas essas e outras perguntas perturbadoras, a partir da memória do adulto em que esse jovem se tornou. À medida que a narrativa progride, o leitor vai observando que a realidade tem brechas, por meio das quais o incerto, o mistério, o metafísico e talvez o sobrenatural escapam.

É para refletir? Com certeza, e também para cismar e... ter medo.


JEOSAFÁ é Pesquisador Colaborador do Departamento de História da Universidade de São Paulo, escritor e professor Doutor em Letras pela mesma Universidade. Leciona atualmente para a Educação Básica e para o Ensino Superior privados. Foi da equipe do 1o. ENEM, em 1998, e membro da banca de redação desse Exame em anos posteriores. Compôs também bancas de correção das redações da FUVEST nas décadas de 1990 e 2000. Foi consultor da Fundação Carlos Vanzolini da USP, na área de Currículo e nos programas Apoio ao Saber e Leituras do Professor da Secretaria de Educação de São Paulo.  Autor de mais de 50 títulos por diversas editoras, entre os quais O jovem Mandela (Editora Nova Alexandria);   O jovem Malcolm X A lenda do belo Pecopin e da bela Bauldour, tradução do francês e adaptação para HQ do clássico de Victor Hugo (Mercuryo Jovem). 

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Treze dos melhores contos da mitologia da literatura universal

Flávio Moreira da Costa,organizador

Esta excelente coletânea de Flávio Moreira da Costa apresenta um breve panorama da mitologia apropriada pela literatura universal. Aqui se encontram mitos da Índia e da antiga Grécia, como também da Islândia, da África e da América pré-colombiana, em meio a contos de Eça de Queiroz, Coelho Neto, Alberto Moravia, Kafka, Machado de Assis, Heine e Mark Twain que se debruçaram sobre a tradição mais remota, mitológica ou lendária.

O conto é um gênero narrativo antigo. Em razão de sua estrutura enxuta, desde a antiguidade é empregado para registrar e veicular artisticamente experiências humanas relacionadas à política, à filosofia, à vida das sociedades e dos indivíduos e ao sagrado.

Os contos aqui destacados permitem ao leitor observar como esse gênero longevo foi empregado em diferentes épocas, em diferentes culturas, por diferentes autores, com diferentes propósitos.

Das antigas narrativas de fundo religioso e apócrifas, aos contos contemporâneos, assumidamente artísticos e assinados por reconhecidos autores, o leitor tem oportunidade de viajar no tempo, no espaço, na imaginação e na linguagem.

Uma excelente prática em sala de aula seria comparar as estruturas dos contos: personagens, cenários, fatos, tempos históricos, descrições, linguagem etc. Com certeza, muitas coisas se descobririam... Aliás, a rigor, a seleção dos textos realizada deixa mesmo entrever essa intenção de seu organizador.

FONTE: Costa, Flávio Moreira da (Org.). Treze dos Melhores Contos da Mitologia Antiga. Rio de Janeiro, Ediouro, 2004.