quinta-feira, 19 de março de 2020

Conan Doyle: Sherlock Holmes – Casos Extraordinários


O grande escritor Arthur Conan Doyle nasceu em Edimburgo, na Escócia, em 22 de maio de 1859. Formou-se em medicina pela Universidade de Edimburgo em 1885, quando montou um consultório e começou a escrever histórias de detetive.

Um estudo em vermelho, publicado em 1887 pela revista Beeton’s Christmas Annual, introduziu ao público aqueles que se tornariam os mais conhecidos personagens de histórias de detetive da lite­ratura universal: Sherlock Holmes e doutor Watson.

Com eles, Conan Doyle imortalizou o método de dedução utilizado nas investigações e o ambiente da Inglaterra vitoriana. Seguiram-se outros três romances com os personagens, além de inúmeras histórias, publicadas nas revistas Strand, Collier’s e Liberty e posterior­mente reunidas em cinco livros.

Outros trabalhos de Conan Doyle foram frequentemente obscurecidos por sua criação mais famosa, e, em dezembro de 1893, ele matou Holmes (junto com o vilão professor Moriarty), tendo a Áustria como cenário no conto O problema final (Memórias de Sherlock Holmes). Holmes ressuscitou no romance O cão dos Baskerville, publicado entre 1902 e 1903, e no conto A casa vazia (A ciclista solitária), de 1903, quando Conan Doyle sucumbiu à pressão do público e revelou que o detetive conseguira burlar a morte. Conan Doyle foi nomeado cavaleiro em 1902 pelo apoio à política britânica na guerra da África do Sul, recebendo o título de Sir. Morreu em 1930 na Inglaterra.

Em Casos extraordinários, o autor  reúne contos em que Sherlock demonstra seus métodos. Em 'A face amarela', Sherlock atende um homem com dúvidas sobre sua esposa. 'O ritual Musgrave' apresenta um dos primeiros casos resolvidos por Sherlock, envolvendo um mapa do tesouro e estranhos desaparecimentos. A 'Liga dos Cabeças-Vermelhas' trata de uma curiosa organização, que contratava apenas homens ruivos. 'O diamante azul' começa com um ganso roubado e uma estranha forma de praticar um roubo.  (FONTE: Trevessa).


O detetive mais famoso da história da literatura foi parar no cinema, e depois na televisão, muitas vezes, durante o século XX, como no clássico de 1939, em preto e branco, da 20th Century Fox, As aventuras de Sherlock Holmes (The Adventures of Sherlock Holmes):

Clique no vídeo acima e assista ao filme inteiro, é muito legal!

Ele inspirou adaptações e paródias de humor por todo o mundo, as mais famosas na pele do Inspetor Clouseau, o Pantera Cor de Rosa, interpretado pelo ator e comediante Peter Sellers.

Clique no vídeo acima a assista a um trecho engraçado de Um tiro no escuro (1964).

Até desenhos animados, direta ou indiretamente, se inspiraram nele. O Inspetor,da DePatie-Freleng, lançado em 1965, aproveita a fama dos filmes do Inspetor Clouseau, o Pantera Cor de Rosa, interpretado pelo ator e comediante Peter Sellers.

A série foi a segunda experiência cinematográfica da DePatie-Freleng, e 34 curtas foram exibidos de 21 de dezembro de 1965 a 14 de maio de 1969. O desenho foi reprisado na televisão no Show da Pantera Cor-de-Rosa. Não havia novos episódios, mas DePatie-Freleng produziu alguns quadros de 30 segundos para o programa, chamados “Inspector’s Safety Lecture” (Dicas de Segurança do Inspetor).

A música tema desta série animada, criada por Henry Mancini, foi sucesso mundial, juntamente com o tema da Pantera Cor-de-Rosa, do mesmo autor. O tema já tinha sido usado no filme longa metragem “Um tiro no Escuro” (2° da série da Pantera Cor-de-Rosa).

O desenho foi reprisado novamente nos EUA, em meados dos anos 1980 até o começo dos anos 1990, como parte do pacote Pantera Cor-de-Rosa. Foi visto novamente no início do ano 2000, quando o Cartoon reprisou-o novamente, ao lado de outros DePatie-Freleng cartoons. Na dublagem original brasileira a voz do Inspetor era feita pelo comediante Ari de Toledo, o personagem Sargento Dudu era feito por Carlos Marques, enquanto o chefe era dublado por Gualter de França.

Clique no vídeo acima e se divirta com O inspetor.

JEOSAFÁ é Pesquisador Colaborador do Departamento de História da Universidade de São Paulo, escritor e professor Doutor em Letras pela mesma Universidade. Leciona atualmente para a Educação Básica e para o Ensino Superior privados. Foi da equipe do 1o. ENEM, em 1998, e membro da banca de redação desse Exame em anos posteriores. Compôs também bancas de correção das redações da FUVEST nas décadas de 1990 e 2000. Foi consultor da Fundação Carlos Vanzolini da USP, na área de Currículo e nos programas Apoio ao Saber e Leituras do Professor da Secretaria de Educação de São Paulo.  Autor de mais de 50 títulos por diversas editoras, entre os quais O jovem Mandela (Editora Nova Alexandria);   O jovem Malcolm X A lenda do belo Pecopin e da bela Bauldour, tradução do francês e adaptação para HQ do clássico de Victor Hugo (Mercuryo Jovem). 


Marcos Rey: O mistério do 5 estrelas

Um escritor ama crianças, jovens, São Paulo e sua gente


Marcos Rey, pseudônimo de Edmundo Donato, (17 de fevereiro de1925 — 01 de abril de 1999) foi um escritor e roteirista brasileiro. Foi também redator de programas de televisão, adaptou os clássicos A Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo em forma de telenovela e o Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Marcos usava sua cidade natal, São Paulo, como cenário de várias de suas obras. O autor se dedicou principalmente às obras voltadas ao público juvenil. Escreveu crônicas, contos e se destacou escrevendo romances. Escreveu também várias obras literárias adultas.

Durante os anos 70, foi roteirista de diversos filmes do gênero pornochanchada produzidos na Boca do Lixo, em São Paulo, como “As Cangaceiras Eróticas” e “O Inseto do Amor”. No gênero ficção infantil estreou com Não era uma vez, drama de um garoto à procura de sua cadela perdida nas ruas. Foi também tradutor de livros em inglês, em parceria com seu irmão Márcio Donato. Na década de 1990 tornou-se colunista da revista Veja, São Paulo. No ano de 1999, após voltar de uma viagem à Europa, Marcos Rey foi internado para uma cirurgia, e não resistindo às complicações, faleceu no dia 1 de abril, aos 74 anos, sem recuperar a consciência.

Foi cremado, e um mês depois, sua esposa Palma Bevilacqua Donato sobrevoou com um helicóptero o centro da cidade, espalhando as cinzas do autor sobre São Paulo e realizando assim a reunião eterna de Marcos Rey com a metrópole que foi a grande personagem de toda sua obra. (FONTE: LEITOR CABULOSO)

Clique no vídeo e assista.
Entrevista muito legal com Marcos Rey.

Vítima de hanseníase (lepra) ainda jovem, numa época em que a cura era um milagre os pacientes, perseguidos pelo preconceito, eram internados em "leprosários" para morrer aos poucos, Marcos Rey fugiu para sobreviver e se tratar por conta própria. Conhecendo a também jovem Linda Palma, apaixonou-se por ela - e ela por ele.

Linda cuidou de Marcos Rey até sua cura completa. No vídeo acima, os defeitos em suas mãos são sequelas da doença. Ainda não existiam os computadores, ele escrevia bem, muito e o tempo todo, porém seus dedos não se moviam, por causa da doença.  Então, para datilografar seus textos à máquina, ele desenvolveu uma técnica própria, em que dois dedos paralisados, um em cada mão, fazia mas as vezes de dez. A história dele e Linda Palma é um lindo conto (real) de amor. E seus livros são lindas histórias de amor pelas crianças e jovens, e por São Paulo e sua gente.

Clique no vídeo e assista.
Linda Palma fala de Marcos Rey, seu cúmplice no amor e na literatura.

O mistério do 5 estrelas


O que você faria se visse um cadáver embaixo de uma cama? Léo, mensageiro do Emperor Park Hotel, um cinco estrelas que hospeda muita gente poderosa, viu um no quarto 222. Leo desceu para o saguão desejando que ninguém o chamasse. Precisava contar ao Guima o que vira no 222.
Ao abrir a boca e ao começar a investigar, passou a viver dias cheios de suspense e surpresas. Teve de vencer a paralisia do pesadelo para erguer os lençóis sobre o carrinho. Logo encontrou alguma resistência e viu uma mancha de sangue. Como um boneco de cera, as pernas dobradas, Leo viu o cadáver, o mesmo homem de cara de índio… E viu-se envolvido numa trama bastante perigosa, arquitetada por pessoas inescrupulosas. Vou sair daqui e chamar o gerente, decidiu Leo, aterrorizado, e começou a andar de costas… e no mesmo instante com uma velocidade sideral qualquer coisa o atingiu na cabeça. Perdeu os sentidos. De tirar o fôlego da primeira à última página.

Clique no vídeo e assista.
 Trabalho de estudantes a partir d' O mistério do 5 estrelas.

Livros juvenis de Marcos Rey


  1. O mistério do 5 estrelas (1981)
  2. Não era uma vez (infantil, 1956)
  3. O Mistério do Cinco Estrelas (romance juvenil, 1981)
  4. O Rapto do Garoto de Ouro (romance juvenil, 1982)
  5. Um cadáver ouve rádio (romance juvenil, 1983)
  6. Sozinha no Mundo (estreia juvenil, 1984)
  7. Dinheiro do céu (romance juvenil, 1985)
  8. Proclamação da República (paradidático, 1985)
  9. Enigma na televisão (romance juvenil, 1986)
  10. Bem-vindos ao Rio (romance juvenil, 1986)
  11. Garra de campeão (romance juvenil, 1988)
  12. Corrida infernal (romance juvenil, 1989)
  13. Quem Manda Já Morreu (romance juvenil, 1990)
  14. Na rota do perigo (romance juvenil, 1992)
  15. Um rosto no computador (romance juvenil, 1993)
  16. Doze Horas de Terror (romance juvenil, 1994)
  17. Brasil, o país do sexo (paradidático, 1994)
  18. O diabo no porta-malas (romance juvenil, 1995)
  19. Gincana da morte (romance juvenil, 1997)
  20. O caso do filho do encadernador (autobiografia, 1997)
  21. O menino que adivinhava (romance juvenil, 2000)
  22. Diário de Raquel (romance juvenil, 2004)
  23. O coração roubado (crônicas, 1996)

JEOSAFÁ é Pesquisador Colaborador do Departamento de História da Universidade de São Paulo, escritor e professor Doutor em Letras pela mesma Universidade. Leciona atualmente para a Educação Básica e para o Ensino Superior privados. Foi da equipe do 1o. ENEM, em 1998, e membro da banca de redação desse Exame em anos posteriores. Compôs também bancas de correção das redações da FUVEST nas décadas de 1990 e 2000. Foi consultor da Fundação Carlos Vanzolini da USP, na área de Currículo e nos programas Apoio ao Saber e Leituras do Professor da Secretaria de Educação de São Paulo.  Autor de mais de 50 títulos por diversas editoras, entre os quais O jovem Mandela (Editora Nova Alexandria);   O jovem Malcolm X A lenda do belo Pecopin e da bela Bauldour, tradução do francês e adaptação para HQ do clássico de Victor Hugo (Mercuryo Jovem). 


quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Mário do quê?


Para a maioria dos paulistanos que já ouviu falar em Mário de Andrade, ele é apenas um nome de biblioteca no centro da cidade. Entre esses, poucos se dignaram sequer a entrar na biblioteca à qual ele emprestou o nome. 

No entanto, todos os que habitam, trabalham e sofrem no emaranhado de ruas de São Paulo lhe são devedores. Antes dele, esta cidade estava praticamente fora do mapa literário do país.

Aliás, quando da Semana de 22, cuja importância cresce quanto mais nos distanciamos  dela, São Paulo tinha 200 mil habitantes menos do que o Rio de Janeiro (mais ou menos 700 contra 500), e o centro cultural do Brasil era a então capital da República.

É Mário e os que o acompanharam, como Alcântara Machado e Oswald, que construíram a São Paulo literária, que chamaram a atenção para a poesia da neblina, da garoa ("garoa, sai dos meus olhos"), da noite urbana ("é noite, e tudo é noite"), do zum zum zum dos calhambeques  e das máquinas; e do clarão das lâmpadas elétricas da Pailiceia Desvairada.

Enquanto a capital federal comemorava o centenário da Independência, de pouca relevância para os dias de hoje, o espírito moderno nascia no Theatro Municipal da atual praça Ramos de Azevedo entre provocações e vaias.

A discussão estéril sobre quem tivera primeiro a ideia da Semana de 22 foi superada pelo que veio depois.  E o que veio depois transformou a cultura brasileira e tem no centro a monumental obra de Mário de Andrade.

Uma forma de os paulistanos de nascença e os de adoção reduzirem sua dívida para com este verdadeiro inventor da São Paulo moderna é visitar-lhe a obra, senão sempre, ao menos com alguma frequência.

Porém constato que milhões viveram, vivem e viverão nesta cidade sem sequer lhe ter ouvido o nome. E isto explica muito da indigência cultural e do fascismo político em que estamos  mergulhados.