Nesta edição, duas peças do teatro clássico grego são oferecidas num só volume, com adaptação de Luiz Antonio Aguiar.
A linguagem adotada nas adaptações dos textos das duas peças possibilita uma leitura fluída, ainda que o leitor seja um adolescente penetrando pela primeira vez no mundo da mitologia grega.
Além dos textos das peças, o livro oferece ainda uma “Apresentação”, na qual são esclarecidos os propósitos da edição; uma “Introdução”, antecedendo o texto de cada uma das peças; “Posfáscios” sucintos e de grande valia para o entendimento dos mitos gregos envolvidos nos dramas representados; e, ao final do volume, um texto “Para discussão e aprofundamento”, que orienta uma leitura mais detalhada.
No texto da primeira peça, de Ésquilo, está em jogo o mito de Prometeu que, desafiando Zeus, por amor à humanidade, rouba o fogo reservado apenas aos deuses e o entrega aos homens, os quais, a partir de então, passam a criar e a realizar descobertas, do que antes estivam privados.
A postura insolente e rebelde de Prometeu enfurecerá Zeus, que não terá piedade em reservar a ele os piores suplícios. Prometeu, dotado dos dons da profecia, antes de cometer o crime contra o Olimpo já sabia o que lhe esperava. Ainda assim, não hesitou em favor dos mortais, a quem tanto amava:
“Prometeu: (...) Mas aconteceu que olhei aquela raça de brutos sobre a Terra e pretendi que tivessem inteligência, espírito, poder de criar... Então, dei a ela o fogo, que era a propriedade exclusiva dos deuses, e com este a espécie humana terá a chance de realizar grandes obras. Por isso, Zeus enfureceu-se comigo e aqui estou, em desgraça!
Prometeu: Acham pouco? Graças a mim, os homens se apegaram à vida. Alguns, pelo conhecimento, até mesmo perderam o medo da morte. E inventaram a dignidade, a liberdade e tantos outros valores. Compreendem o que isso significa em relação ao poder absoluto pretendido por Zeus?
Prometeu: Isso mesmo! O fogo se acendeu em seus espíritos. Eles escreverão livros, conhecerão os astros, descobrirão segredos da criação!”
Na segunda peça do livro, estão em jogo a vida e a morte – cujo mundo é governado por Hades. Nesta peça de Eurípedes, Admeto é um soberano velho e justo, mas que precisa ser levado por Caronte, o barqueiro que transporta os mortos para sua derradeira morada sob a terra.
Por intervenção de Apolo, as Parcas concedem que outro seja levado em seu lugar, porém somente Alceste, jovem esposa de Admeto, aceita a permuta. O texto se inicia com Apolo expondo o dilema e resistindo a entregar a jovem Alceste:
“Morte: Ora, Apolo, deus iluminado! Salve! Mas o que você está fazendo na entrada deste palácio? Por acaso, pretende opor-se aos privilégios das divindades infernais? Já não chega ter enganado as Parcas, com esses seus truques, e impedido que eu arrebatasse Admeto? E agora, o que você pretende? Evitar que eu leve para Hades a filha de Pelias, que se sacrifcou no lugar de seu esposo?
Apolo: Tenho direto de fazer o que faço. E muito boas razões, também, para tanto.”
O contado do estudante e do professor com essas duas pérolas da cultura ocidental acrescenta qualidade à formação de ambos, porém confere ao segundo, além disso, a oportunidade de guiar suas turmas por caminhos inusitados, cheios de magias, mitos e forças titânicas que, na verdade, estão dentro de todos nós.
Uma vez lidas coletivamente, de forma dramatizada, e, melhor ainda, encenadas, essas peças entram no intelecto, na alma e no coração dos estudantes de maneira irresistível, passando a constituir um patrimônio, uma bagagem cultural de valor incalculável, porque definitiva.
FONTE: Aguiar, Luiz Antonio. Prometeu / Ésquilo; Alceste / Eurípedes. Adap. Luiz Antonio Aguiar. Rio de Janeiro. Ed. DIFEL, 2009.
LANÇAMENTO
Era uma vez no meu Bairro
ZONA NORTE – Nova Edição
ZONA LESTE – Inédito
Dia 18 de outubro de 2011
19:30h
Livraria do Espaço Unibanco de Cinema da Rua Augusta
SÃO PAULO - SP