Embora seja área de muito debate, divergência e estudos e pesquisas ainda em curso, os linguistas identificam, de acordo com o respectivo núcleo, 5 tipos sintagmas em língua portuguesa:
- verbais;
- nominais;
- adjetivais;
- adverbiais;
- preposicionais.
1. Sintagma verbal
O singma verbal é uma combinação de termos que tem como eixo estruturante um verbo transitivo direto, indireto, ou intransitvo, pois nesse caso o verbo exerce função principal, ao abrigar a informação principal do enunciado:
A prática da escrita desenvolve a reflexão crítica.
VTD ODObserve que a parte grifada na oração acima é um sintagma verbal, que é sinônimo de predicado verbal), pois tem em seu núcleo (em negrito) um verbo transitivo direto (VTD, que precisa de um complemento, senão fica sem sentido: desenvolve o quê? A resposta é um objeto direto, OD).
O núcleo do sintagma verbal pode ser também um verbo transitivo indireto (que precisa de um complemento, mas que vem regido por uma preposição). Vamos usar o mesmo exemplo acima, pois o verbo desenvolver pode ser também transitivo indireto, ou seja, é um verbo bitransitivo (verbo transitivo direto e indireto, VTDI), pois pode ter um objeto direto e outro indireto (OI) como complemento:
desenvolve em nós a reflexão crítica.
VTDI OI OD
Desenvolve em quem (VTI)? Em nós (OI). Desenvolve o quê (VTD)? A reflexão crítica (OD).O núcleo do sintagma verbal (ou do predicado verbal) pode ser um verbo intransitivo (VI), ou seja, que não necessita obrigatoriamente de um complemento por ter um sentido completo:
O carro da pamonha chegou mais cedo!
Embora o verbo chegar esteja acompanhado das palavras combinadas "mais cedo", ele não perde o sentido se essas palavras forem simplesmente omitida: "O carro da pamonha chegou"; diferente da oração anterior, na qual a omissão do complemento verbal causa perda de sentido: "A escrita desenvolve" (Desenvolve o quê, em quem?).
Com a expressão "mais cedo" não é essencial, mas acessória, não complementa, mas suplementa o sentido, dizemos que é um adjunto adverbial (no caso, de tempo: cedo).
2. Sintagma nominal
O sintagma nominal é uma combinação que tem como núcleo (em negrito) um substantivo.
Ele pode compor o sujeito:
A prática da escrita desenvolve em nós a reflexão crítica.
O carro da pamonha chegou mais cedo!
Mas também fazer parte do predicado de diversas formas (núcleo sempre em negrito).
Sintagma nominal como objeto direto:
A prática da escrita desenvolve em nós a reflexão crítica.
Compondo o aposto (um tipo de expressão explicativa introduzida na oração entre vírgulas):
A prática da escrita, particularmente a dissertação agumentativa, em nós a reflexão crítica
Compondo o vocativo (expressão que chama a atenção):
Atenção minha gente, a prática da escrita desenvolve em nós a reflexão crítica.
Assim, não importa onde esteja, se é uma combinação de palavras com um substantivo como núcleo, é um sintagma nominal.
3. Sintagma adjetival ou adjetivo
O sintagma adjetival ou adjetico tem no núcleo um adjetivo, portanto, ele ocorre nas mesmas funções típicas do ajetivo:
Adjunto adnominal:
A escrita muito apressada resulta em erros às vezes bastante graves.
(observe aqui que o primeiro ajunto adnominal está ligado ao núcleo do sujeito: "escrita"; o segundo, ao objeto direto: "erros".
Predicativo do sujeito (quanto temos uma orção formada por verbos de ligação (ser, estar, ter, haver, parece, ficar, permancer, continuar etc., que expressam qualidade), que dão origem ao predicado nominal, pois o núcleo dele não é o vermo mas o adjetivo:
A prática da escrita parece ótima.
A escrita ficou ótima.
A escrita continua ótima.
Aposto:
A prática da escrita, sempre saudável, parece ótima.
4. Sintagma adverbial
O sintagma adverbial tem no núcleo um advérbio (palavras invariáveis que expressam tempo, lugar, modo, circunstância, companhia, intensidade etc.) e constituiem os adjuntos averbiais:
A redação foi escrita muito apressadamente.
(aqui, dois advérbios, muito e apressadamente, compõe o adjunto adverbial de modo)
Porém pode ocorrer de um único advérbio constituir sintagma adverbial:
A redação foi escrita apressadamente
5. Sintagma preposicinal ou preposicionado
São todos aqueles que são introduzidos por uma preposição:
Adjunto adnominal preposicionado:
Quando a expressão tem função de adjetivo:
A ortografia da língua portuguesa do Brasil...
(do Brasil = brasileira)
Adjunto adverbial
Quando a expressão tem fução de advérbio:
A ortografia da língua portuguesa no Brasil...
(no Brasil = advérbio de lugar)
Complemento nominal:
Quando a expressão complementa o significado de um termo nominal que a precede. Por exemplo: substantivo: pé-de-moleque; adjetivo: verde de raiva; advérbio: muito de repente.
A ortografia da língua portuguesa no Brasil...
(da língua complementa o sentido de "ortografia", que é um substantivo)
Agente da voz passiva:
A escrita fui muito desenvolvida pelos romanos.
O sintagma é um processo de combinação estruturante da língua. Combina palavra a palavra dando origem a fragmentos de expressões, que por sua vez, ao se combinarem, compõem os termos de uma oração (sujeito, predicado e termos que os constituem, tais como adjuntos nominais e adverbais, complementos verbais e nominais etc.).
Porém isso se dá também em nível mais complexos, nos perídos compostos por coordenação e subordinação, pois um advébio, por exemplo, pode aparecer de maneira simples, numa só palavra, mas pode ser expresso na forma de uma oração inteira:
Os jovens saíram agora do shopping.
(Adjunto advérbial de tempo: agora)
Os jovens saíram do shopping quando terminaram o lanche.
(Oração subordinada adverbial temporal: quando terminaram o lanche).
Essa oração quando terminaram o lanche está subordinada ao verbo sair, e a palavra que indica tempo nela é a conjunção subordinativa quando. Assim, essa oração é um sintagma adverbial, e a função dessa conjunção é parecida com a da preposição: subordinar a palavra ou combinação de palvras a um termo específico (aqui, no caso, o verbo sair).
Porém, esse é assunto para próximas aulas. Não se esqueçam de tirar dúvidas na área de comentários e...
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